E foi numa
sexta-feira que eu realmente me dei conta de que eu o amava. Não que eu já não
soubesse, é que eu só tentava não acreditar. Eu que tanto escondi, guardei e até
neguei diante das minhas amigas, fui pega de surpresa num momento de fraqueza.
E foi com uma simples fotografia que
trazia uma linda declaração de sentimento (pra não dizer amor) que a realidade
bateu a minha frente e me mostrou que ele já tinha seguido a vida e encontrado
alguém pra lhe roubar o sorriso, deixando pra trás meu coração partido e as
músicas que ouvimos. Confesso, conti as lágrimas. Mas foram inevitáveis.
Sim, caro
leitor. Talvez este seja o texto mais dramático que escrevo, pois foi exatamente
assim como me senti. A gente não sabe o que é perder algo, até realmente
perder. Ao som de algumas músicas melancólicas que desacreditei de todas as
promessas, apaguei suas mensagens de
texto, seu número da minha agenda e sua lembrança do meu pensamento. A última
tem sido a mais difícil, todos os dias. Amar é bom, mas desamar dói e demora
passar. Ele me fez pensar em tantas coisas, sorrir, chorar, sonhar, acreditar. Hoje
é só mais alguém que conheci e vi passar. Ele me fazia tentar criar melodias
com os poucos acordes que sei, inventar poemas que nem sei rimar. Me fez pensar
em felicidade numa tarde de domingo. O amor muda as pessoas.
É estranho
sentir tudo isso, a gente não sabe bem o que fazer. Tentamos seguir todos os
conselhos, e mesmo tentando afastar tudo o que nos faz lembrar, parece que tudo
volta pra nos fazer chorar. Vai ser difícil passar nas sextas pela praça e não
ser o motivo do seu abraço e lembrar que um dia eu era alguém que ele queria
por perto. Não quero guardar mágoas nem ressentimentos, afinal, ele nunca me
prometeu um lugar no seu mundo. Eu só quero aprender a conviver com isso e o
que passou que fique onde parou. Eu não preciso de motivos para odiar. Eu só
quero ser feliz com o que tenho e sou.